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Moradores cobram limpeza de córrego para evitar novas enchentes

Nem todos moradores receberam cestas básicas da prefeitura

Fernanda Ikedo

Moradores do Jardim Itapemirim ainda aguardam limpeza do córrego para que não ocorram novas enchentes como a da semana passada.

Localizado entre a Vila Helena e Lopes de Oliveira, entre a linha de trem e o córrego, o Jardim Itapemirim é uma comunidade com casas de alvenaria e ruas de terra.

Há 15 anos morando na rua 2 da comunidade, a dona de casa Arlete Soares nunca tinha sofrido tanto com as chuvas. “A Prefeitura limpou pra lá e pra cá (mostrando a extensão do córrego), mas aqui neste trecho, nunca.”

Naquele trecho, várias famílias foram afetadas pelas águas, que transbordaram pondo a perder móveis, utensílios e até alimentos.

“Espero que não aconteça mais. Sempre teve um pouco de enchente, mas não como essa última”, diz a auxiliar de limpeza Leonice Rosa de Freitas, que mora na rua 3, Leonice faltou ao trabalho no sábado por ter sido, literalmente, impedida pelas águas. “Eu saio à 4h30 e nesse horário não tinha condições.”

Por sorte, o primeiro cômodo atingido pelo transbordamento do córrego estava vazio.

Moradores do Jardim Itapemirim ainda aguardam limpeza do córrego para que não ocorra novas enchentes como a da semana passada. (Fernanda Ikedo)

CESTAS BÁSICAS INCERTAS

Alguns moradores receberam cestas básicas como ajuda da Prefeitura de Sorocaba, mas sem clareza dos critérios.

Fotos da ajuda aos moradores foram publicadas no site da Prefeitura e distribuídas à imprensa.

Entretanto, a ajuda tem sido parcial. A própria Arlete afirma que foi tentar receber a cesta, distribuída na rua 2, mas sem sucesso. “Falaram que tinha gente que tava precisando mais do que eu, mas quem sabe da minha necessidade?”, desabafou.

Drama semelhante é vivido por Joana Fogaça Alves, conhecida como Jojo. Há dois anos no bairro e há 15 anos como cuidadora de cães, ela divulgou fotos e vídeos da água invadindo sua casa, em sua página na rede social.

Nesta quarta, 16, a reportagem do Porque bateu em sua casa, mas Joana tinha saído para receber cesta básica prometida pela Prefeitura.

“Foi uma humilhação. Primeiro, falaram que iam entregar na igreja católica do bairro. Mudaram o local e quando cheguei onde a van estava, disseram que meu nome não tava na lista pra receber”, relatou ela.

A enchente chegou na cozinha de Joana e atingiu também os 29 cachorros que ela cuida, deixando-a sem ração e condições de cuidar dos animais.

“Preciso de quatro caminhões de terra para subir a frente da minha casa porque vai chover e acontecer de novo”, teme Jojo.

O PORQUE questionou a Prefeitura sobre o problema dos moradores, mas não obteve resposta.

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