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Em meio a críticas, Manga convoca todos os servidores da Educação para reunião

Encontro com os profissionais que reclamam da falta de estrutura e de auxiliares suficientes para cuidar de todas as crianças em salas de aula será nesta quinta-feira (13)

Fabiana Blazeck Sorrilha (Portal Porque)

Para comportar os mais de 6.900 servidores, prefeitura apela à sede campestre do Clube União Recreativo. Foto: Reprodução/Blog do Recreativo

Em meio a uma avalanche de críticas e insatisfação generalizada dos profissionais da área de Educação, muitas delas abordadas em reportagem do Portal Porque no fim de semana (leia aqui), o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) convocou todos os mais de 6.900 servidores da Sedu (Secretaria Municipal da Educação) para uma reunião em dois turnos, que será realizada nesta quinta-feira (13).

Também estão convocados para o “encontrão com o prefeito”, como vem sendo chamada a reunião, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto e secretários municipais. Para comportar tanta gente, o local escolhido foi a sede campestre do Clube União Recreativo, localizada no Jardim Guadalajara, tradicional endereço de grandes shows. A reunião foi dividida em dois períodos – uma às 8h30 e outra às 16h.

Na convocação, assinada pelo titular da Sedu, Marcio Bortolli Carrara, não há nenhum indicativo dos temas a serem abordados pelo prefeito, mas servidores desconfiam que o objetivo seja tentar amenizar as críticas enfáticas que Manga vem recebendo pela forma precária com que trata as demandas do funcionalismo.

O que há de fato, até o momento, são diversas reclamações feitas por professores e auxiliares de educação e o clima de insatisfação que toma conta dos servidores da pasta.

Entre os motivos elencados pelos educadores estão a falta de pessoal e de estrutura para continuarem dando aula; a falta de cuidadores para as crianças, em destaque para aquelas com necessidades especiais, conforme determina a lei, bem como a falta de segurança nas escolas, queixa antiga dos servidores.

Há também a falta de espaço físico para comportar tantas crianças em sala de aula. Prova disso é que, no domingo (9), o Porque publicou uma matéria destacando as inúmeras reclamações dos servidores. Entre outras coisas, eles alegam que há um enorme desrespeito à lei de proporção entre adultos e crianças em sala de aula, além da falta de cuidadores para casos de atenção especial e de espaço físico insuficiente para abrigar o número de bebês e crianças.

“Tenho mais de duas décadas de magistério municipal em Sorocaba e nunca antes vivi uma situação tão caótica. É desumano para com quem trabalha na área e para com os alunos”, desabafa uma professora da zona norte de Sorocaba. “O desgaste é grande devido à falta de profissionais e aos riscos que correm as crianças sob nossos cuidados.”

Profissionais sobrecarregados

A ausência de cuidadores e acompanhantes acarreta em sobrecarga para professores e auxiliares, que ainda estão em número insuficiente, denuncia uma professora. Segundo ela, “a cada dia se torna mais comum professores e auxiliares terem de se afastar do trabalho por recomendação médica devido ao desgaste físico e mental”.

“Imagine”, comenta uma auxiliar de educação, “ter de cuidar de 25 crianças de até quatro anos de idade, sendo duas ou três com laudo médico devido a autismo, doenças físicas ou psiquiátricas – e outras duas ou três com suspeita de distúrbio patológico – com apenas um professor e um auxiliar.”

Promessa de campanha

Quando candidato, Rodrigo Manga fez diversas promessas para a Educação. Entre elas, está a de garantir a oferta de creches, pré-escolas e escolas que atendam as demandas do município, primando por estruturas que suportem, adequadamente, a formação integral dos alunos.

As promessas também incluíam garantir a inclusão das crianças com deficiência, assegurando acessibilidade, equipamentos e formação para os profissionais da rede municipal.

No plano de governo de Manga ainda estava a criação de um projeto de manutenção ágil e permanente para os equipamentos da rede de educação, bem como prover condições adequadas de infraestrutura física e operacional em toda a rede, incluindo a melhoria da acessibilidade nas escolas e a modernização dos instrumentos pedagógicos e tecnológicos.

Como último item da lista de promessas do prefeito está valorizar os professores e os educadores, dando ênfase à formação continuada e à melhoria das condições de trabalho.

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