
Batata, cebola e alho estão entre os produtos que tiveram queda; em compensação, o preço do feijão subiu. Foto: reprodução
Pelo segundo mês consecutivo, a cesta básica sorocabana apresentou ligeira queda no preço final ao consumidor. No mês de março, conforme estudo apresentado pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), a queda no preço da carne bovina foi um diferencial que refletiu na economia das famílias.
Enquanto a compra dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana custava R$ 1.046,53 em fevereiro, para adquirir os mesmos produtos, em março, foi preciso desembolsar um pouco menos: R$ 1.036,62.
Conforme apontamento, a carne de primeira apresentou queda e a de segunda se manteve estável, se comparado a fevereiro. Mesmo não sendo os itens que apresentaram a maior queda, a prioridade do alimento na mesa dos sorocabanos refletiu no bolso. “Permanece em março o destaque para a queda do preço da carne bovina, que, apesar de não estarem entre as maiores quedas percentuais observadas, representam importante contribuição relativa na composição dos gastos das famílias, colaborando de forma significativa para a queda observada no preço final da cesta básica sorocabana em março”, explicam os pesquisadores.
Já os itens que mais apresentaram queda nos preços quando comparado ao mês anterior, dentre os 34 que compõem a cesta básica sorocabana, foram: a batata (-12,46%), passando de R$ 6,02/kg para R$ 5,27/kg; a cebola (-10,87%), que passou de R$ 5,98/kg para R$ 5,33/kg; a margarina (-4,18%), passando de R$ 8,13/500g para R$ 7,79/500g; e o alho (-4,07%), que passou de R$ 5,16/200g para R$ 4,95/200g.
Conforme a pesquisa, a queda, principalmente no preço da batata e da cebola, já vem desde fevereiro, por conta das chuvas, fenômeno que melhora a oferta destes produtos tradicionalmente no início do ano e, consequentemente, os preços ofertados ao consumidor.
Pode melhorar
Para o eletricista Márcio Pereira dos Santos, 42, já foi possível sentir a queda no preço da carne bovina, principalmente se comparado ao período do ano passado, quando os altos preços acabaram moldando novos padrões alimentares para os consumidores de carne.
Márcio, que é fã de churrasco, conta que as alternativas tanto para o dia a dia quanto para a recreação limitaram-se a proteínas mais baratas. “Foi um tempo de só comer frango, ovo ou porco”, recorda. “Voltamos a comprar mais carne de boi, mas acho que não dá para comemorar, pois ainda dá pra melhorar os preços”, opinou.
A autônoma Ana do Nascimento, 30, que procurava peixes para a Semana Santa, ponderou que, principalmente nesses dias, por conta da Páscoa, as ofertas das carnes bovinas ficaram mais evidentes, principalmente se comparadas aos preços dos peixes. “Não é nada que se fale: nossa, como estão baratas as carnes! Mas, já deu pra sentir uma diferença sim.”
Feijão foi o vilão de março
Na contramão da queda, o levantamento aponta alta no preço de 13 itens da cesta básica sorocabana que teve, em março, um dos alimentos preferidos dos brasileiros, o feijão (5,10%), como um dos vilões. O produto passou de R$ 9,22/1kg para R$ 9,69/1kg; seguido pelo vinagre, segundo item com maior alta de preço (4,11%), passando de R$ 2,19/750ml para R$ 2,28/ 750ml. Em terceiro lugar ficou a linguiça fresca (3,41%), que passou de R$ 23,20/1kg para R$ 23,99/(1kg).
A alta do feijão, conclui o estudo, tem ligação com a diminuição significativa da área plantada no Brasil, o que ocasionou a redução de oferta e pode ser apontada como principal causa para o aumento do preço do produto.