Para os caminhoneiros, a situação gerada pelo novo aumento do óleo diesel requer negociação com os clientes. É o que afirma o diretor de logística da CTS (Cooperativa de Transportes Autônomos de Sorocaba), José Pescin. Com pouco mais de 100 cooperados, mas com mais de 300 caminhoneiros parceiros, Pescin é enfático ao dizer que a cooperativa descarta greve.
Na semana passada, pela segunda vez neste ano, a Petrobras aumentou o valor dos combustíveis. A gasolina subiu 18% e o diesel, perto de 25%.
Aos 69 anos e desde os 18 nas estradas, devido à profissão que herdou do pai, Pescin conta que esses aumentos “chegam a desanimar, mas sempre foi difícil”. “A gente tenta chegar num acordo com o cliente por conta do reajuste”, explica.
Os caminhões da cooperativa, em sua maioria, são de caçamba, basculantes e transportam matéria-prima a granel e também minérios, sendo 80% para o Estado de São Paulo. Os caminhões levam para o porto de Santos as cargas que seguem para exportação.
Pescin explica que a negociação dentro do cenário atual não é tarefa fácil, mas as lideranças do setor tentam fazer com que os agricultores, principais clientes, compreendam. “Se não tiver esse repasse do reajuste, o diesel acaba representando 50% do frete, mas conseguimos que fique num patamar de, no máximo, 40%.”
As condições da profissão mudaram muito desde quando Pescin iniciou como caminhoneiro. Para ele, que tem um dos filhos na mesma lida, ainda vale a pena, apesar dos riscos de assalto e “essa eterna briga com para negociar os repasses dos reajustes do diesel”.