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UPH Zona Norte não fornece medicamentos básicos receitados por seus médicos

Unidade entrou em colapso no último dia 20 e foi motivo de novas promessas do prefeito Rodrigo Manga, mas problemas continuam

Carlos Lara (Portal Porque)

Todos os quatro medicamentos receitados pela médica da UPH estavam em falta na noite de terça-feira (28). Foto: Reprodução

Não bastasse a rotina das longas esperas, enfrentadas e relatadas pelos sorocabanos todos os dias, as unidades públicas de saúde de Sorocaba apresentam também a falta de medicamentos considerados básicos, como antibióticos, analgésicos e antitérmicos.

Esse foi o caso da cidadã Maria Teresa Ferreira, que na noite da última terça-feira (28) procurou a UPH (Unidade Pré-Hospitalar) Zona Norte, localizada no início da avenida Itavuvu, pois o seu filho Davi apresentava um quadro de febre alta. Depois de aguardarem por quatro horas, desde a chegada à unidade até a entrada no consultório, a médica diagnosticou infecção na garganta do adolescente.

Com a receita médica em mãos, que prescrevia quatro medicamentos, Maria Teresa se dirigiu até a farmácia da unidade, onde foi surpreendida com a informação de que nenhum dos remédios receitados estava disponível.

Os medicamentos prescritos, e que estavam em falta por volta das 22h, eram o antibiótico Azitromicina 500 mg, o antitérmico e analgésico Dipirona 500 mg, o anti-inflamatório Ibuprofeno 600 mg e o antialérgico Loratadina 10 mg.

“Do que adiantou uma espera de quatro horas, se no momento de começar o tratamento do meu filho não foi possível, pois os medicamentos receitados não existiam na unidade? O mais grave é que não estou falando de remédios de alto custo e sim de Dipirona, por exemplo, o mais básico dos básicos, e na verdade nenhuma das quatro medicações receitadas existia na unidade”, desabafa Maria Teresa, que reside na vila Santana e atua como consultora e palestrante.

Questionada pela reportagem do Portal Porque sobre qual foi a explicação que recebeu para a falta dos remédios, Maria Teresa relatou que o funcionário que lhe atendeu disse que foi um dia de grande demanda de pacientes, o que acabou resultando no esgotamento dos medicamentos.

“Mas como isso pode acontecer? A unidade de saúde não possui um estoque, a Secretaria da Saúde não tem em mãos as estatísticas da média de atendimentos diários e dos remédios mais receitados?”, questiona Maria Teresa, completando: “O que aconteceu comigo e meu filho não é um caso isolado, pois se às 22h não havia mais os medicamentos na farmácia da unidade, certamente os pacientes que passaram depois pelos médicos, e precisaram dos mesmos remédios, também não puderam ser medicados.”

O Porque também questionou a cidadã sobre o que faria para poder atender seu filho, depois de ficar sabendo que a UPH Zona Norte não tinha os medicamentos receitados. “Hoje (quarta-feira) vou com a receita até a UBS do meu bairro, esperando que não seja uma falta de remédios generalizada, mas tenho conhecimento de outros casos semelhantes, como o de uma amiga, que foi atendida na unidade de saúde do Jardim São Guilherme e o medicamento receitado também estava em falta. Ela me disse que nem voltou para pedir ao médico que substituísse por outro, pois o remédio receitado era ótimo para ela e já estava acostumada, e desta forma preferiu ir até a farmácia ao lado para fazer a compra.”

Nesse caso relatado, o medicamento receitado, e que se encontrava em falta no PA (Pronto Atendimento) São Guilherme, era o Decadron (anti-inflamatório e imunossupressor).

A consultora e palestrante fez um último desabafo: ”Sequer água havia para o público na UPH Zona Norte, os galões estavam vazios. Enquanto isso, a Câmara Municipal aprova a criação de mais uma secretaria e 70 novos cargos a pedido do prefeito Rodrigo Manga, que em vez de se preocupar com a cidade e a resolução dos seus inúmeros problemas, está gastando energia e dinheiro para garantir as bases para a sua reeleição.”

Procurada pela reportagem do Porque e questionada sobre os motivos, justificativas e possível solução para a falta de medicamentos na rede pública de saúde, a Secom (Secretaria de Comunicação) da Prefeitura de Sorocaba não retornou resposta até o fechamento desta matéria.

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