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Atleta de Sorocaba quer defender a seleção no Mundial Júnior de Handebol

Ponteiro Erick Santana esteve no grupo que disputou o Campeonato Centro-Sul Americano, em Buenos Aires, e busca se manter entre os convocados

Rivail Oliveira (Portal Porque)

Erick durante partida: ele esteve ainda no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Natal e João Pessoa. Foto: Divulgação

A LPH (Liga Paulista de Handebol), time masculino de Sorocaba, busca, pouco a pouco, se estruturar dentro e fora das quadras. O objetivo é conseguir bater de frente com as grandes equipes do Estado. No entanto, além de tentar conquistar títulos, o trabalho também está focado em revelar jogadores. E, ao que parece, esta meta vem sendo atingida.

Foi por meio da LPH que o ponteiro Erick Santana defendeu a seleção brasileira no Campeonato Centro-Sul Americano, em Buenos Aires, Argentina, e agora treina, de forma intensa, em busca de vaga na delegação que também vai ao 24º Mundial IHF Masculino Júnior (categoria sub-21), que será no período de 20 de junho a 2 de julho, na Alemanha e na Grécia.

Paranaense de nascimento, antes de chegar a Sorocaba, Erick conta que passou por alguns Estados, entre eles Paraíba. Lembra ainda que começou bem cedo a praticar o handebol. Ao Portal Porque, falou um pouco sobre a atuação na LPH e os desafios que imagina ter pela frente. Confira:

Portal Porque – Como é jogar handebol no país do futebol?
Erick Santana – A gente sabe que a cultura do futebol domina o Brasil. A minha história no handebol sempre foi complicada, vim de uma cidade com poucos habitantes, poucos recursos, muito pouca oportunidade. Mas o esporte deu para mim o poder conhecer coisas novas e novos desafios para gente se moldar até como pessoa. Graças ao esporte, ao handebol e ao apoio de minha família, pai e mãe, estamos buscando esse nível [alto] que se quer chegar em toda modalidade para poder representar seu país, seu Estado e cidade lá fora.

PP – Antes de defender Sorocaba onde foi convocado, você passou por vários Estados, é isso mesmo?
ES – Sim. Além de Sorocaba, comecei a me destacar quando ainda estava no Paraná e joguei campeonatos por outros Estados, como Santa Catarina, Mato Grosso, Natal e João Pessoa.

PP – Qual a sua avaliação do trabalho do handebol em Sorocaba?
ES – Eu gosto muito do trabalho que é feito em Sorocaba e do trabalho do Marcel [Marcel Campos de Carvalho, técnico] e do Sérgio [Sérgio Domingues, o Rato, supervisor]. Agradeço a Sorocaba por essa minha oportunidade e minha primeira convocação para seleção. Isso mostra que se faz um grande trabalho aqui e que se abrem oportunidades no esporte. Essa é a chave que foi fundamental para o momento que eu estou vivendo agora.

PP – O que você diria para a garotada de Sorocaba e região que quer jogar handebol?
ES – Eu diria para eles o que eu sempre falo para meu irmão, com quem hoje em dia eu converso muito. Você vai treinar, vai correr, vai malhar, vai estudar e isso faz parte da gente. A partir do momento em que a gente encara a nossa caminhada, nosso objetivo, queremos e vamos abrir a porta para o futuro, pois o destino é a gente que escreve. Eu estou aqui e já percorri todo esse caminho. Por que eu vou voltar atrás? Mesmo diante das dificuldades, devemos sempre manter a cabeça erguida e seguir em frente.

PP – As diferenças do handebol na Europa e no Brasil são grandes. Você pretende ir para lá?
ES – A verdade é que na Europa não é assim como no Brasil, onde o handebol é considerado um esporte discriminado, pelo fato de a gente usar as mãos para jogar. Esse foi um dos combustíveis que me incentivou a jogar essa modalidade. Provar que a gente consegue, sim, atingir nossos objetivos e ter bons resultados. Hoje a meta é se estabilizar no esporte e, quem sabe, jogar uma Liga mais forte lá fora. Para isso temos de trabalhar firme no Brasil.

PP – Depois do Centro-Sul Americano vem o Mundial?
ES – Isso! Depois de ser convocado, ir para o Campeonato Centro-Sul Americano, que foi muito legal e um aprendizado, a gente garantiu vaga no Mundial [na Alemanha e na Grécia] Júnior. Já iniciamos as duas fases de treinamentos. Eu venho trabalhando, treinando e treinando forte para estar entre os 20 atletas que vão representar o Brasil neste campeonato de peso. Esse Mundial será importante, mas vamos ter de passar por esta fase de treinamento e o importante é desfrutar dessa experiência.

PP – Mas o Brasil tem grandes jogadores. Tem de mudar muito o handebol no país?
ES – Temos grandes jogadores no Brasil, tanto que muitos clubes europeus vêm buscar esses jogadores aqui. Estamos trabalhando para conseguir [fortalecer o esporte] e vamos colocá-lo para frente. Para melhorar o handebol tem de mudar muita coisa. É preciso dar estabilidade aos atleta, como é em outros países onde o esporte é muito forte. Tem uma galera [amigos e atletas] que acompanha os campeonatos mundiais e vê que os times europeus, como os da Espanha que sempre se destacam, estão sempre no pódio. Eu acho que é isso que falta para o nosso país: poder visualizar o handebol como um esporte forte, que tem uma galera [jogadores] que trabalha muito, que tem muito talento para poder despontar.

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