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Banco de Leite Humano faz campanha para comprar um novo aparelho pasteurizador

Depois de esterilizado, leite pode ser estocado por até seis meses para alimentar bebês da UTI neonatal e berçário do CHS

Fernanda Ikedo (Portal Porque)

Coleta do leite das doadoras pode ser feita a domicílio ou no próprio Banco de Leite Materno. Foto: reprodução

O Banco de Leite Humano, que funciona no CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba) — hospital do governo do Estado, administrado pela organização de saúde Seconci –, está em campanha para adquirir um novo pasteurizador destinado à esterilização do leite, uma vez que o equipamento atual já tem 25 anos de uso.

Para levantar os recursos necessários, a equipe do banco realizou uma campanha de venda de parmegianas, em parceria com o Rotary Club. Mas os recursos levantados não são suficientes e a entidade espera completá-los com doações da comunidade, que podem ser feitas mediante contato pelo telefone (15) 3332-9405.

O trabalho realizado no Banco de Leite Humano auxilia bebês da UTI neonatal e da maternidade, que é referência para 48 municípios. Diariamente, com o leite mantido em estoque pela entidade, são alimentados os bebês de mães que não conseguem tirar o leite. Cada bebê é alimentado oito vezes por dia.

“Não recebemos verba direta do Estado para o funcionamento. Os funcionários são cedidos pelo CHS, assim como todos os equipamentos e insumos que utilizamos por beneficiarmos os bebês da UTI neonatal”, conta a responsável técnica do Banco de Leite, Viviane Santos, que é nutricionista e coordenadora de nutrição da entidade.

A pasteurização é necessária porque para que o leite doado, se não for utilizado depois de ficar 15 dias em estoque, possa ser armazenado para uso futuro. A pasteurização consiste em aquecimento e resfriamento rápido do leite. Também são feitas análises de calorias e da acidez do leite, que é classificatória.

Após a pasteurização, exames verigicam se o leite ainda apresenta algum microorganismo. “Se os exames estão OK, esse leite passa a ter uma validade de seis meses”, conta Viviane.

Coleta a domicílio

A equipe do Banco de Leite faz coleta mensal nas casas das doadoras e presta orientações para aproximadamente 140 mães. Na sala da entidade, no terceiro andar no Hospital Regional, também é feita coleta. “São cerca de 30 a 40 atendimentos por mês. As mães vão visitar os bebês que estão internados e tiram o leite para deixar para os próprios bebês”, afirma Viviane.

Além da responsável técnica, Viviane, a equipe conta com uma enfermeira, uma nutricionista, cinco auxiliares de enfermagem, um técnico de enfermagem e dois técnicos de nutrição.

Como fazer doações

A mãe que quiser ser doadora deve entrar em contato por meio do telefone e fazer um pré-cadastro. A equipe agendará uma visita e dará todas as orientações. “Levamos o kit ordenha, com avental, máscara, água destilada para fazer a higienização das mamas e depois, semanalmente buscamos nas casas esses leites. Além disso, também deixamos o frasco esterilizado que também fica com a mãe”, conta Viviane.

As doações variam conforme o período do ano. “Tem várias mães no programa que saem conforme elas retornam ao trabalho, porque só retiram para os próprios bebês.”

Benefícios para as doadoras

Nattany Cristina dos Santos Diogo alimentou seu filho Noah e também conseguiu fazer a doação de leite para alimentar o bebê de uma sobrinha.

“As pessoas me falavam que o meu leite ia ser sempre fraco, que eu não ia conseguir produzir leite, porque eu estava vegana (sem comer qualquer alimento de origem animal), mas eu lia muito e confiava que meu corpo ia produzir o alimento do meu filho. Daí, eu sempre tive essa ideia de, quando eu começasse a amamentar, ser doadora de leite”, afirma Nattany.

Ela diz que seu filho Noah, que hoje já está com sete anos, mamava muito e ela teve sempre muito leite. “Por isso, conseguia fazer a ordenha do leite com a bombinha para dar para o Gabriel. Nunca duvidei do leite materno e eu o alimentei até os dois anos e sete meses.”

A psicóloga Allana Cristina Caropresi, mãe de Francisco, de nove meses, também teve que ler muito sobre aleitamento. “São questões importantes para serem debatidas durante o pré-natal. Aprendemos de forma rasa e superficial sobre o aleitamento.”

Ela destaca que, justamente por falta de conhecimento e por alguns mitos, muitas mulheres acabam optando por complementação, com fórmulas. “O aleitamento precisa ser exclusivo até seis meses, pelo menos. Mas o retorno ao trabalho é sempre complexo também”, ressalta.

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