
Campus Sorocaba da UFSCar: caso ocorreu em 2018 e envolvidos foram penalizados em mais de R$ 70 mil. Foto: Foguinho/Imprensa SMetal
Sete estudantes da UFSCar foram multados em R$ 72 mil acusados de serem os principais articuladores de um protesto que culminou com a ocupação do prédio da reitoria, em 2018. Na ocasião, eles se manifestaram contra o aumento no valor do tíquete do restaurante universitário.
Em cinco dias vencerá a última parcela da multa aplicada pela Justiça, que é de R$ 10.340,55. Como os estudantes não possuem esta quantia, decidiram promover uma arrecadação pelas redes sociais e por meio do DCE (Diretório Central dos Estudantes). “Foram meses contando com a valorosa solidariedade de entidades e pessoas de luta, mas agora precisamos multiplicar nossa rede de solidariedade”, traz o informe da campanha.
O Sintufscar (Sindicato dos Técnicos da UFSCar) é um dos parceiros para receber as doações via Pix ou depósito bancário. Os dados para quem puder contribuir é este: (16) 99635-3901 – Banco do Brasil, Agência: 3062-7, Conta Corrente: 106059-7.
Relembre o caso
Em maio de 2018, a reitora Wanda Hoffman decidiu aumentar em 122% o valor da refeição do Restaurante Universitário, que passaria de R$ 1,80 para R$ 4. Inconformado, o movimento estudantil organizou um protesto em frente ao prédio da reitoria.
Os estudantes também tentaram dialogar com Wanda Hoffman sobre o assunto na reunião do Conselho Universitário e, em seguida, levar o resultado do encontro para ser debatido em assembleia geral. No entanto, a reunião foi cancelada. “Ela [a reitora] nem sequer propôs outra data”, afirmou um dos participantes do protesto.
O movimento ganhou o apoio de diversas entidades e até dos conselhos de dentro da própria universidade. No fim, os estudantes foram processados e perderam em duas instâncias.
O presidente do DCE, Raul Amorim, lembra que o juiz da segunda instância ainda aumentou o valor da multa, sob alegação de que os estudantes deveriam ter uma lição, “para que aprendessem”, disse na ocasião.
O protesto não aconteceu apenas no campus Sorocaba, mas também em São Carlos. Além do aumento exorbitante no valor da refeição, outro motivo para manifestação era a falta de diálogo com a reitora da época.
Raul Amorim explica que a luta foi pelo direito de comer e ele entende que isso não deveria ser tipificado como infração. Clique aqui para saber mais sobre o caso.