
O autor João Almeida: livro pode ser um importante instrumento de pais e professores. Foto: Divulgação
A vivência em sociedade é tema de estudos de diversas áreas e há muito tempo. Atualmente, passado por um período de isolamento forçado por conta da pandemia de covid-19, ela volta a ser assunto e, não premeditadamente, também é mote do novo livro infantil que o professor e escritor sorocabano, João Almeida, pretende lançar em breve, por meio de financiamento coletivo. Para ajudar o “É meu ou é nosso?” a chegar aos leitores, basta clicar neste link.
O livro, quarto da bibliografia do autor, dialoga com esse momento da atualidade, principalmente na ressocialização dos pequenos, que depois da reclusão ainda encaram os entraves da volta às aulas, um dos mais importantes núcleos sociais das crianças. No entanto, o material base da narrativa do escritor veio de suas próprias memórias infantis e vivências em sala de aula.
“Esse livro é resultado de observações e lembranças. Quando era criança, muitas vezes tive atritos com meus irmão por causa de brinquedos, livros ou outros objetos, situações que minha mãe sempre resolvia mostrando como era simples apenas compartilhar as coisas. E observações do tempo em que trabalhei com a educação infantil”, conta.
Para o escritor, a ideia com a obra é mostrar a importância de compartilhar para somar, e é indicado para crianças de todas as idades. “Esse livro pode ser um importante instrumento de pais e professores para trabalhar com os pequenos a ideia de que o compartilhamento das coisas podem aproximar as pessoas, trazendo novas experiências e ajudando a não termos apego excessivo aos bens materiais.”
Ressocialização e pandemia
Para o autor, que pensa a literatura com viés pedagógico, a leitura para a criança é a abertura de mundos e possibilidades infinitas. Considerando, principalmente, esse momento passado a reclusão e isolamento social forçados durante a pandemia, a leitura pode ajudar tanto pais quanto educadores. “Para as crianças, isso [o isolamento] marcou muito, pois a falta de convivência entre elas nos ambientes comuns, seja a casa ou a escola, dificultou essa troca de experiências e construção dos relacionamentos, onde aprendem a compartilhar as coisas e resolver os conflitos. Esse livro tem essa proposta de mostrar para as crianças que os conflitos podem ser resolvidos de maneira harmoniosa e que atitudes gentis constroem laços importantes entre elas”, conclui.
A história
“É meu ou é nosso?” é um livro infantil que conta a história dois meninos que gostam de brincar e se divertir, mas que pensam diferente quando tem que dividir as coisas. Pedro era um menino que tinha tudo que queria: a atenção dos pais, um quarto só para ele, brinquedos e tinha sempre um lanche delicioso na hora que estava com fome. Mas Pedro achava que o mundo girava ao seu redor.
Miguel é uma criança que também tem muitas coisas, porém pensava diferente de Pedro. Um dia eles se conheceram. A grande questão do livro é sobre se esse encontro gerou uma forte amizade ou confusão?
Financiamento
A história foi desenvolvida no ano passado e ficou guardada um tempo até ser revisada para ser melhor compreendida pelas crianças. Passado pelo processo de ilustração e diagramação e pronto para a publicação, o financiamento coletivo foi uma opção para minimizar os altos custos da publicação independente. A meta é arrecadar R$ 5 mil e, até a publicação dessa matéria, a campanha já havia batido 50% da meta.
“No financiamento coletivo as pessoas apoiam com um valor determinado e recebem uma recomendação pelo apoio. No nosso caso a pessoa recebe exemplares do livro de acordo o apoio que ela deu na plataforma catarse. Os livros são enviados na casa da pessoa com dedicatória e sem taxa de correio.”
Um dos pontos destacados pelo autor é que, nesse modo, além do impacto nos custos, os leitores participam do processo de publicação.

‘É meu ou é nosso?’ é um livro infantil que conta a história dois meninos que gostam de brincar e se divertir, mas que pensam diferente quando tem que dividir as coisas. Foto: Divulgação