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Ex-delegada de Porto Feliz é investigada pela Corregedoria por corrupção passiva

Segundo denúncia, delegada teria recebido R$ 250 mil para abafar violência contra mulher. Ao programa Fantástico, Pegoretti disse ser inocente

Portal Porque

A delegada de polícia Nuris Pegoretti, que atuava até o início deste ano em Porto Feliz e atualmente trabalha em Sorocaba, é alvo de investigação da Corregedoria Geral da Polícia Civil, devido a denúncia de corrupção passiva. Ela supostamente teria recebido propina para favorecer o empresário Thiago Brennand na investigação de crimes cometidos por ele em 2022. Entre os crimes atribuídos ao empresário, e que teriam sido abafados pela delegada, estão o de estupro e cárcere privado de uma mulher, na mansão de Brennand em um condomínio de alto padrão em Porto Feliz.

As revelações foram feitas no domingo, 5, em reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, e complementadas pela reportagem do Tem Notícias desta segunda-feira, 6.

Segundo a reportagem do TN1, uma denúncia anônima feita ao Ministério Público revelou que a então delegada teria recebido 250 mil reais de Thiago Brennand para beneficiá-lo na apuração dos crimes de lesão corporal, por ter estuprado a mulher, forçado um tatuador a tatuar as iniciais de seu nome no corpo da vítima e tê-la mantido em cárcere privado numa mansão do condomínio Fazenda Boa, na cidade de Porto Feliz.

As investigações da Corregedoria Geral da Polícia Civil apontam, após análise do inquérito,  divergências do trabalho da delegada, que teria apresentado menor número de laudas e afirmações de que Thiago Brennand era inocente das acusações de cárcere e de estupro, em setembro de ano passado. Também foi analisado que a delegada teria, com sua manifestação, induzido o Ministério Público a arquivar a denúncia, agora reaberta pela Justiça. Brennand é réu em seis processos, entre eles o de lesão corporal, cárcere privado e estupro.

A vítima, na época, denunciou o caso ao Fantástico e também se dirigiu à delegacia. Ela afirmou em reportagem que Nuris Pegoretti, delegada em exercício, questionou suas declarações e disse não haver provas de qualquer crime cometido por Brennand, para dar sequência a um inquérito policial. Os mesmos argumentos teriam sido utilizados nas páginas encaminhadas ao Ministério Público, que recomendou o arquivamento pela Justiça.

Após repercussão da reportagem no Fantástico e novas denúncias, entretanto, a Justiça decidiu por reabrir o caso; Brennand se tornou réu e a delegada responde por corrupção passiva.

Em nota enviada ao Fantástico, a delegada disse que não se manifestará por não ter sido notificada oficialmente de qualquer procedimento, que não teve acesso aos autos, mas que declara com veemência que a acusação é inverídica.

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo informou ao Fantástico que apura a denúncia em inquérito policial e investiga outros possíveis casos envolvendo policiais civis e a delegada investigada.

A reportagem do TN1 noticiou nesta segunda-feira, dia 6, que a delegada solicitou transferência para Sorocaba, e agora ocupa o cargo de assistente do delegado no 3° Distrito Policial de Sorocaba, na zona sul, desde quarta-feira passada, dia 1° de março.

Acusações

Thiago Brennand agrediu uma modelo e empresária em uma academia em São Paulo, em 2022, por quem foi denunciado. A agressão, flagrada pelas câmeras de segurança da academia, foi noticiada pelo Fantástico e desde então outras denúncias foram feitas contra o empresário.

A mais recente, também noticiada pelo Fantástico, é de um motorista que procurou o Ministério Público e apresentou queixa de que Thiago praticava agressões constantes, até com aplicação de choques, contra o próprio filho, quando ele era criança.

A denúncia foi feita por um motorista que era contratado para levar o menino à escola quando ele ainda tinha cinco anos de idade. Hoje, o filho do empresário tem 17.

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