Professor Alex Duarte é um dos palestrantes do evento promovido pelo Ceti SD (Centro de Estimulação Terapêutica Interdisciplinar em Síndrome de Down). Foto: Carol Fernandes/Portal Porque
Diretor do Instituto e do premiado filme Cromossomo 21, o professor Alex Duarte foi um dos palestrantes do evento que abriu, neste sábado (4), a programação do mês de conscientização sobre Síndrome de Down em Sorocaba. O encontro foi promovido pelo Ceti SD (Centro de Estimulação Terapêutica Interdisciplinar em Síndrome de Down), que abre as portas este mês no município.
Durante a palestra, intitulada “Do diagnóstico à autonomia”, o diretor relembrou que seu ativismo pela causa da pessoa com Síndrome de Down se iniciou após conhecer, na cobertura de uma pauta para o jornal em que era repórter, a jovem Adriele Pelentir, que havia passado no vestibular de Nutrição.
Do primeiro contato com a mulher diagnosticada com trissomia do 21 surgiu uma grande amizade, capaz de fazer o então recém-formado em comunicação social a mudar o rumo profissional, a partir da criação do projeto Cromossomo 21, em 2010. Até que, anos após o lançamento do projeto, Alex passou a identificar questões para além da trissomia 21.
“Eu comecei a me conectar com outros tipos de deficiências que não faziam parte do meu interesse no Instituto Cromossomo 21. Pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com doenças raras, outros tipos de deficiências. E a partir dali, eu comecei a reconhecer que eu vivia numa bolha, que o meu trabalho precisava chegar em outros âmbitos que não estavam chegando. E aí eu escrevi o livro ‘Capacitista em Desconstrução’, que é o meu quarto livro, que é uma forma da gente identificar e combater esse preconceito”, contou o diretor ao público.
Além do autor de Cromossomo 21, também participaram do evento os fundadores do projeto sorocabano Felicidade Down, Célia Regina e Tomás André dos Santos, entrevistados da edição de terça-feira (28) do “Porque Sem Filtro” (acesse o vídeo aqui).
Outro palestrante foi o empreendedor Claudio Aleoni Arruda, com trissomia 21, que é vice-campeão metropolitano da Federação Paulista de Hipismo (FPH) e compartilhou com o público sua trajetória pessoal e profissional.
De acordo com a empresária Catarina Alencar, responsável pela unidade do Ceti SD em Sorocaba, a programação do evento gratuito foi planejada com o objetivo de trazer mais informações sobre a causa da pessoa com Síndrome de Down ao público presente, a partir da ótica de três palestrantes que possuem vivências distintas sobre o tema. “O ponto principal quando a gente fala de inclusão e diversidade é a informação. Eu acho que, na verdade, é o maior remédio para esse mundo ser mais inclusivo e mais diverso”, afirmou em entrevista ao Portal Porque.
Programação
Até o fim de março, Sorocaba deve receber, pelo menos, outros três eventos em celebração ao mês da conscientização sobre Síndrome de Down. Um deles é a manhã de caminhada e atividades ao ar livre, marcada para o próximo dia 19 (domingo), às 9h30, no Parque do Campolim.
Já no Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março (terça-feira), os integrantes do Felicidade Down participarão de uma sessão solene na Câmara Municipal de Sorocaba, às 19h30, com apresentação de dança.
A programação encerra no dia 26 (domingo), às 12h30, com o grande encontro de famílias e pessoas com Down, na associação Proex Sorocaba, que terá almoço e atividades para o público participante.
As atividades são gratuitas e abertas ao público externo. Mais informações pelo WhatsApp (15) 99712-6150.
Grupo de dança do Felicidade Down, projeto que trabalha pela autonomia, independência, inclusão e socialização de pessoas com trissomia do cromossomo 21. Foto: Carol Fernandes/Portal Porque
