Mães e pais foram acionados na manhã desta sexta-feira para buscarem seus filhos no Educandário Santo Agostinho, porque não havia merendeiras.
Muitas trabalhadoras estão pagando para irem trabalhar porque a empresa terceirizada RC Nutry, responsável pelas merendas em 71 escolas municipais, vem atrasando pagamentos e benefícios todos os meses, além da entrega de gêneros alimentícios, como o PORQUE já registrou (veja link abaixo).
“O sindicato notificou a prefeitura na semana passada e nesta quinta-feira, 3, novamente sobre vários problemas que vem ocorrendo”, denuncia a diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Refeições, Alessandra Bercio.
“Todas as trabalhadoras estão colocando do bolso o transporte”, continua Alessandra. Segundo a sindicalista, no dia 25 de fevereiro a Prefeitura disse que tomaria as providências necessárias, mas, ao que tudo indica, isso não ocorreu.
Ao PORQUE, a Prefeitura enviou uma resposta que ignora qualquer problema com as merendas e trabalhadoras: “A Secretaria da Educação (Sedu) informa que não procede essa informação. O atraso no repasse do vale-transporte por parte da empresa terceirizada de alimentação escolar às merendeiras já foi solucionado. Não há ocorrência em outras unidades”, diz a nota, que não entra em detalhes.
O sindicato contesta e apresenta uma lista enviada à Prefeitura, com as necessidades e direitos da categoria. O rol de problemas é extenso:
• falta de fornecimento do Plano de Assistência Médica para todas as trabalhadoras;
• falta do pagamento da multa por atraso do pagamento das verbas rescisórias das trabalhadoras demitidas;
• falta do pagamento da multa por descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho;
• cesta básica para as todas as trabalhadoras que prestaram serviços no mês de Janeiro/2022;
• falta de pagamento do vale-transporte para as trabalhadoras prestarem serviços nas escolas durante o mês de março, sendo que algumas estão tirando dinheiro do próprio bolso para poder chegar as escolas;
• falta de manutenção dos equipamentos e utensílios nas cozinhas para preparação da merenda escolar, colocando em risco a vida das trabalhadoras, bem como das crianças e demais funcionários das escolas.
“Além de todos os problemas apresentados, que a empresa não dá a menor satisfação as trabalhadoras por todas as irregularidades cometidas, a empresa não vem recolhendo o FGTS mensalmente há meses”, lamenta Alessandra.
O PORQUE tentou ouvir, sem sucesso, a versão da RC Nutry.
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