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Elize Matsunaga é investigada por falsificar documento para trabalhar em Sorocaba

Ela era contratada por uma empresa de pintura. Por isso, desde dezembro tinha acesso a condomínios de alto padrão da cidade

Maíra Fernandes

Delegados Acácio Aparecido Leite e José Urban Filho durante entrevista coletiva: crime está consumado, atestam. Foto: Divulgação

Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o marido, Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, está sendo investigada por falsificação de documento. O crime teria sido cometido para que ela pudesse prestar serviço a uma empresa de Sorocaba. Em liberdade condicional desde o ano passado, Elize foi abordada na segunda-feira (27), na cidade, e agora aguarda a decisão do juiz de Execução de Franca, que decidirá se ela permanece no mesmo regime ou regride para o semiaberto ou o fechado.

A informação, repassada pela Polícia Civil de Sorocaba, na tarde desta terça-feira (28), é que Elize adulterou o atestado de antecedentes criminais de um colega, sobrepondo números e QR Code, a fim de que as informações contidas remetessem às suas, em uma cópia considerada pelos policiais como “mal feita”. “Está consumado o crime de uso de documento falso”, atesta o delegado Acácio Aparecido Leite sobre o resultado da investigação, que ocorreu em Sorocaba e em Franca.

Com a confirmação do crime, os policiais estiveram em um quarto que Elize alugava na cidade e constataram estar vazio. Também estiveram em Franca, no endereço em que ela usa como residencial, e apreenderam um notebook e um celular.

Na segunda-feira (27), os policiais que monitoravam o carro de Elize a abordaram quando entrava na Avenida Dom Aguirre, altura do Corpo de Bombeiros, em Sorocaba. Ela prestou depoimento e negou a autoria da adulteração. Disse que a falsificação do documento era de responsabilidade da empresa, que ainda não foi ouvida. “Caso seja comprovado que a empresa colaborou com a adulteração, ela também será indiciada”, acrescenta o delegado José Urban Filho.

Ainda de acordo com a polícia, Elize segue em liberdade, dependendo da decisão do juiz da Comarca de Franca entender se o que ela cometeu foi ou não uma falta considerada grave. “Vamos ouvir os condomínios, empresa e o titular do atestado. Apreendemos celular e notebook em Franca para fins de perícia”, conta Acácio Leite, emendando sobre a reação da indiciada ao ser abordada e conduzida ao depoimento: “Me pareceu linear, sem emoção, mas assustada”.

Relação com Sorocaba

Conforme o relato, o documento adulterado seria para que Elize acessasse um dos condomínios para qual a empresa que a contratou presta serviços. Trabalhando na cidade desde dezembro do ano passado, ela foi admitida por uma empresa de pintura para exercer a função de uma espécie de “gerente”, visitando os locais para atender os clientes. No período aproximado de dois meses, até meados de fevereiro, teve acesso a, pelo menos, cerca de cinco condomínios da cidade, incluindo alguns de alto padrão.

A denúncia partiu de pessoas que a reconheceram enquanto prestava serviço. Ao constatarem que era Elize, esses denunciantes relataram apreensão com a presença da mulher no condomínio e informaram as autoridades policiais.

Como o crime que ela cometeu foi amplamente divulgado na mídia à época, bem como a sua imagem, seria difícil que não fosse reconhecida, principalmente por não ter passado por nenhum tipo de procedimento para disfarçar ou alterar características.

Elize, que já havia sido reconhecida ao prestar serviços de motorista por aplicativos em Franca, atualmente usa o nome de solteira e, conforme o depoimento, teria demonstrado interesse em se instalar em Sorocaba, pois mencionou que gostaria de trazer o seu processo para a Comarca daqui, o que não ocorreu por falta de tempo.

A ligação com Sorocaba se deu durante sua reclusão, quando conheceu, na penitenciária, pessoas da cidade que a incentivaram a tentar aqui a reinserção ao mercado de trabalho. Quem está em liberdade condicional precisa confirmar vínculo empregatício lícito para permanecer no regime.

Quem é Elize Matsunaga?

Elize Araújo Kitano Matsunaga (nome de casada) ficou conhecida nacionalmente em maio de 2012 quando matou e esquartejou o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, à época com 42 anos, e ela com 30. O crime ficou conhecido como “Caso Yoki”.

Ela confessou que assassinou o marido com um tiro na cabeça após discussão por conta de traição e, depois, esquartejou o corpo. Elize ainda colocou as partes da vítima em malas de viagens que abandonou em uma rodovia. Assim, foi denunciada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver

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