Busca

Chuva acima da média marca fevereiro e previsão é de março ainda chuvoso

Zona de Convergência do Atlântico Sul sobre o Estado de São Paulo, neste verão, é a responsável pela chuvarada em diversos locais, incluindo o Litoral Norte

Maíra Fernandes

Dos 28 dias deste mês, em apenas sete deles não há registros de chuva na estação oficial do Inmet em Sorocaba. Foto: Reprodução

O acumulado de chuva em fevereiro chegou a quase o dobro da média histórica registrada para o mês em Sorocaba. De acordo com os dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a última medição do mês, realizada nesta terça-feira (28), aponta para 297,1 milímetros. A média do período, no entanto, é de 155 milímetros. A previsão é de mais chuva para março, que começa nesta quarta-feira (1º).

O meteorologista do Inmet, Franco Villela, explica que a maior atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, o chamado Zcas, sobre o Estado de São Paulo, neste verão, foi a responsável pela chuvarada em diversos locais, incluindo o Litoral Norte e Sorocaba. “No ano passado, esta zona estava mais concentrada na parte de cima da região Sudeste, afetando Minas Gerais e Rio de Janeiro”, lembra. Ainda segundo ele, do mesmo modo que o Litoral Norte paulista sofreu este ano, em 2022 foi a região serrana do Rio de Janeiro, mais precisamente a cidade de Petrópolis.

Uma prova de que os chamados Zcas se concentram também em outros Estados é que fevereiro do ano passado foi um dos meses mais secos da história de Sorocaba, chovendo apenas cerca de 75 milímetros no período.

O Inmet aponta ainda que Sorocaba também sofreu com as chuvas em 2020. Naquele ano, o acumulado chegou aos 326 milímetros. Não há registros, no entanto, para comparação com 2021, por conta de problemas com a emissão de dados da estação em Sorocaba.

Chuvas constantes

Dos 28 dias de fevereiro deste ano, em apenas sete deles não há registros de chuva na estação oficial do Inmet em Sorocaba.  Os dias com maiores acumulados foram 7 e 8 ,12 e 13 e 17 e 18, com registros de chuva superior aos 50 milímetros.

Vale ressaltar que os números do Inmet fazem parte do relatório oficial nacional e as tecnologias empregadas para a medição obedecem regras que consideram não apenas o acumulado, mas outros fatores climatológicos.

Desse modo, diferentemente de outros órgãos, que podem anunciar um acumulado maior por estar em locais apenas para medição pluviométrica, as estações do Inmet precisam estar instaladas em terrenos menos acidentados e mais propícios para a coleta completa de dados.

“Pode ser que tenha diferença nos números, mas não são significativas. Nosso trabalho não considera apenas o volume de água, mas vento, temperatura e outros fatores. O certo é que choveu bem em Sorocaba neste mês”, reitera o meteorologista Franco Villela.

 Águas de março

A estiagem do ano passado refletiu, em Sorocaba, em um sistema de rodízio que visava a economia do bem e também para garantir o abastecimento do reservatório da Represa de Itupararanga, que chegou a atingir 18% da sua capacidade.

No entanto, para 2023 essa situação não deve se repetir. Além do já acumulado, a previsão para março é de mais chuva. “Até o término do verão ainda teremos evento de chuva na cidade, pois o sistema continuará agindo no Estado e trazendo muita umidade”, ressalta Franco Villela.

Ele considera cedo fazer um prognóstico da próxima estação, o outono, que começa, oficialmente, às 18h25 de 20 de março. O que adianta, entretanto, é que a situação favorece o abastecimento dos principais reservatórios paulistas.

O que é a Zcas?

De acordo com o Inmet, a Zona de Convergência do Atlântico Sul é o principal sistema meteorológico do verão no Brasil e responsável por um período prolongado de chuva frequente e volumosa sobre parte das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, entre o fim da primavera e o verão.

Definida como um corredor de nuvens que corta o Brasil, desde o sul da região Amazônica até o Oceano Atlântico, passando pela faixa central do país, a Zcas, eventualmente, também pode se deslocar para cima ou para baixo e atingir, ainda, os estados da Bahia e do Paraná

O sistema é resultado do comportamento dos ventos em altos e baixos níveis da atmosfera com a formação de uma frente fria, de um centro de baixa pressão ou de uma área alongada de baixa pressão em superfície.

Fenômenos como o El Niño e a La Niña interferem na formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, dificultando ou favorecendo a formação e atuação do sistema. De maneira geral, o El Niño pode atrapalhar a organização da Zcas, enquanto a La Niña pode colaborar.

mais
sobre
chuva chuvas em Sorocaba INMET Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) média de chuva em Sorocaba
LEIA
+