A dois dias de finalizar o mês que inaugura o inverno no Hemisfério Sul, julho já é, até o momento, o mais quente dos últimos 61 anos em Sorocaba. De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média das temperaturas máximas registradas neste mês na cidade está em 28 graus centígrados, ou seja, quatro graus acima da média histórica para o mês, que é de 24. Apesar do chamado “veranico”, nome dado a esse evento de calor em pleno inverno, a previsão é que o mês termine diferente, com mudança de ares, aumento de umidade e queda nas temperaturas a partir de hoje.
Dados da série histórica do Inmet mostram que um inverno com temperaturas tão altas no mês de julho só havia sido registrado em 1961, quando a média ficou em 27,6 graus. Em 2016 também há registro de calor, mas ainda menor do que este ano, com média de 27,3 graus.

Para quem gosta do calor, como a auxiliar de cozinha Ana Fernanda do Nascimento, 28, esse tempo mais quentinho, depois de dias de muito frio, foram bem-vindos. “Eu trabalho cedo, acordo ainda escuro, então, mesmo que faça calor durante a tarde, é duro o frio das manhãs”, conta. Porém, argumenta que, dependendo do local de trabalho, como o dela, as temperaturas mais altas são mais sentidas. “A gente nunca está satisfeito”, pondera.
O eletricista Márcio Santos Pereira, 42, que trabalha, muitas vezes, em locais abertos e está sempre nas ruas, disse ter sentido bem as altas temperaturas deste mês. “A gente que faz trabalho na área externa não tem como fugir do Sol e do calor. Atrapalha muito”, desabafa ele, explicando que nos dias frios o trabalho rende mais. Porém, entre frio e calor, a preocupação dele mesmo é com as chuvas, pois está sentindo muito o tempo seco. “E ainda tem uns vizinhos que teimam em queimar folha seca ao lado de casa para ajudar”, reclama.
POUCA CHUVA
A reclamação de Pereira não é infundada: além do calor atípico, julho também está bem abaixo da média histórica do acumulado de chuvas para o período. Até o momento, Sorocaba registrou apenas 1,1 milímetro de chuva, bem distante dos 55,7 que são previstos para o mês. Porém, o meteorologista explica que essa estiagem é normal na estação. Em 2017, por exemplo, não houve registro de um pingo de chuva na cidade. “Mas amanhã (hoje, sexta) estão previstos eventos de vento e chuva para a região”, adiantou Franco Villela.
Já para o mês de agosto, a previsão é de chuvas e temperaturas dentro da normalidade; ou seja: mais entradas de frentes frias e possibilidades de chuvas dentro da média histórica.
FIM DE SEMANA FRIO
A chegada de uma frente fria, prevista para entrar nesta sexta-feira no Sudeste, deve mudar o cenário de calor e tempo seco em Sorocaba. O prognóstico do Inmet aponta que, a partir de hoje, o sorocabano já começará a sentir essas mudanças, com a presença de mais correntes de ventos e declínio na temperatura a partir do final do dia, quando acontecerá, mais uma vez, o fenômeno da mínima inversa, que é quando a menor temperatura não ocorre nas madrugadas, mas ainda durante a noite.
A queda mais sentida será nas mínimas durante o fim de semana, que podem variar de 7 a 5 graus, com possibilidade de geada, alerta o meteorologista.