A parlamentar mostrou fotos das condições precárias da escola na Vila Sabiá aos demais vereadores durante sessão da Câmara nesta quinta, dia 16. Foto: Reprodução TV Câmara
A vereadora Iara Bernardi (PT) afirmou durante sessão da Câmara na quinta-feira, 16, que a construtora contratada pela Prefeitura para reformar escolas com goteiras, infiltrações e outros problemas está atuando na recuperação estrutural do prédio da Secretaria de Educação (Sedu), cuja aquisição com suspeita de superfaturamento superior a R$ 10 milhões é alvo de ação criminal.
Na sessão legislativa, a vereadora deu como exemplo de condições insalubres o CEI (Centro de Educação Infantil) – 78 Ettore Marangoni, na Vila Sabiá. Ela disse ter visitado a escola municipal naquela manhã e encontrou “uma situação terrível, muito mofo e infiltrações, que podem ser prejudiciais à saúde das crianças”.
De acordo com Iara, a escola infantil da Vila Sabiá está com quatro salas de aula fechadas por causa da precariedade dos locais, agravada pelas chuvas. No início deste mês, o Portal Porque publicou reportagem sobre interdições em salas de aula também na escola municipal Professora Inês Rodrigues Cesarotti, no Parque Vitória Régia. O auditório da instituição foi improvisado para quatro turmas de alunos terem aulas. Para ler, clique aqui.
Iara afirmou que, além da escola visitada por ela na quinta-feira, “diversas outras da cidade aguardam por obras e não são atendidas pela Secretaria da Educação”. Ao Portal Porque, a vereadora afirmou ter testemunhado condições precárias em várias escolas.
“Enquanto isso”, afirma Iara, “o prédio desapropriado no Campolim para ser sede da Sedu, que é alvo de processo judicial e investigação do Gaeco, está em plena reforma, mesmo tendo sido desapropriado com a falsa alegação de que estava pronto para uso.”
O prédio mencionado pela vereadora foi avaliado em R$ 19,5 milhões no final de 2021, conforme apontou o Gaeco. Mas foi comprado por R$ 29,8 milhões. O superfaturamento teria sido de R$ 10,3 milhões, segundo apuração do Ministério Público. O caso agora está tramitando na 2ª Vara Criminal de Sorocaba.
A suspeita de superfaturamento do prédio foi publicada em primeira mão pelo Portal Porque. Para ler, clique aqui.
Contratos com construtoras
De acordo com declaração de Iara Bernardi ao Portal Porque nesta sexta-feira, 17, recentemente a Prefeitura firmou contratos com duas construtoras, no valor de R$ 37 milhões cada um, “para fazer reparos nas escolas, próprios públicos e centros de saúde”. As construtoras seriam a Tower e a Estrela.
“Mas a construtora Estrela não está nas escolas que estão caindo na cabeça das crianças. A escola da Vila Sabiá que visitei ontem está com salas interditadas. A construtora Estrela já esteva lá com o secretário [de Educação], mas não fizeram nada”, afirmou a petista.
“Onde está a construtora Estrela hoje? Está lá, no prédio do Campolim. Eu vi. O prédio não dá pra ser usado. Disseram [o governo municipal] que ele estava em perfeitas condições de uso. Imagine! Não tem nem fiação. É um prédio de fábrica. Um conjunto de cimento só. E tudo está sendo quebrado, arrumado [pela construtora]”, denuncia Iara.
Iara diz ainda que a acessibilidade do prédio “é horrível”, não tem estacionamento. “Mas quem que está lá? A construtora Estrela, tentando dar uma aparência [que o prédio] pode ser usado”.
Projeto Guri
Ainda sobre estragos causados pelas chuvas, a vereadora Iara denunciou nesta sexta-feira, 17, ao Porque, infiltrações e alagamentos nas salas da sede do Projeto Guri, que atende mil crianças com aulas de educação musical.
O Projeto Guri é considerado um dos maiores programas sócio-culturais do país. Ele é mantido pelo governo estadual e gerido pela organização social Santa Marcelina Cultura. Em Sorocaba, a Prefeitura anuncia que ele conta com a parceria de Secretaria Municipal de Cultura (Secult).
