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“A demanda é desesperadora”, afirma responsável pela Cufa em Sorocaba

Famílias inteiras estão migrando para favelas, sem condições dignas de moradia e, na falta de políticas públicas, acabam pedindo ajuda às entidades

Fernanda Ikedo

Os pedidos de ajuda são diários por pessoas que já não têm mais nada no armário da casa. As famílias ainda não se recuperaram da pandemia, muitos trabalhadores sem emprego e a migração para as favelas só aumenta. É o que constata nas ruas e no dia a dia Drika Martim, a presidente da Cufa (Central Única das Favelas) de Sorocaba.

“Muitas mulheres que perderam os companheiros para o covid, muitas pessoas em extrema vulnerabilidade que não chegaram a receber o auxílio, muitas mesmo, é assustador… Sem políticas públicas, vêm aumentando os pedidos por ajuda”, relata Drika.

As famílias ainda não se recuperaram da pandemia, muitos trabalhadores sem emprego e a migração para as favelas só aumenta.

As famílias ainda não se recuperaram da pandemia, muitos trabalhadores sem emprego e a migração para as favelas só aumenta.

Recentemente, ela atendeu um chamado numa favela de Aparecidinha, com mais de 40 famílias. “Fomos atender à noite. A situação é desesperadora, sem atendimento básico, luz escassa, muitos mosquitos, um tanque apenas para todas as casas, e famílias que não têm acesso à rede de proteção social”, conta.

Para se ter uma noção do trabalho que sobra para a Cufa desenvolver, em 2020 foram entregues 90 toneladas de alimentos, produtos de higiene pessoal e de limpeza. 2021 fechou com a doação de 160 toneladas. “Neste ano, está aumentando ainda mais, porque a Prefeitura não está doando mais cestas básicas”, afirma Drika.

O PORQUE conferiu a cena estarrecedora de uma mãe aflita na frente de um supermercado da avenida Nogueira Padilha, pedindo para as pessoas que entravam no estabelecimento comprarem algumas asas de frango, que apesar de ser uma carne mais em conta ela não tinha recursos para comprar e a filha pequena estava com vontade de comer.

Pedidos de remédios e de gás de cozinha também aumentaram. “Tem pessoas que cozinham com madeira, acabam usando álcool e se queimam”, pontua Drika.

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