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Um mês depois do terrorismo em Brasília, Lula reforça: ‘Justiça será firme’

Enquanto investigações se aproximam de Bolsonaro, Palácio do Planalto divulga vídeo institucional que relembra atos golpistas

Rede Brasil Atual

Órgãos de investigação civis fecham o cerco sobre parte dos bolsonaristas envolvidos nas depredações. Foto: Marcelo Camargo/ABr

O Palácio do Planalto publicou, nesta quarta-feira (8), vídeo institucional reforçando a defesa da democracia brasileira para marcar um mês desde que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveram atos de terrorismo em Brasília. O material reúne imagens oficiais feitas no dia dos atos de vandalismo contra as sedes dos três poderes da República, invadidos pelos golpistas.

Imagens da reconstrução dos prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e do Planalto são comparadas às da tentativa de destruição. A peça lista também as medidas sobre o assunto adotadas pelo governo nas semanas seguintes.

Não à toa, o vídeo recebeu o título de Democracia Restaurada e foi divulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A democracia é o patrimônio mais precioso da população brasileira. E a justiça será firme contra quem tirá-la do povo”, escreveu Lula, em comunicado. “No dia 8 de janeiro, a sede dos nossos poderes foi invadida e vandalizada por pessoas que desrespeitam o povo e o Brasil. Um mês depois, seguimos firmes trabalhando na defesa da democracia, união e reconstrução do país.”

O material detalha os crimes de que os bolsonaristas são acusados e que estão sendo apurados pela Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República. Entre os delitos, terrorismo, associação criminosa, atentados contra o patrimônio cultural, dano ao patrimônio público da União e tentativa de golpe de Estado.

O vídeo também destaca o trabalho dos funcionários que atuam na limpeza e no restauro do Palácio do Planalto. Destaque para uma trabalhadora que passou mal ao ver o resultado dos atos de terrorismo em Brasília e precisou ser amparada por um segurança na rampa do prédio.

As declarações de Lula ao longo do último mês também são recuperadas na peça institucional, que encerra com uma fala do presidente sobre a necessidade de pacificar o país. “A sociedade brasileira está precisando de um pouco de paz. Eu quero reconstruir o direito de as pessoas viverem com tranquilidade.”

Investigações

Um mês após os ataques golpistas, os órgãos de investigação civis fecham o cerco sobre parte dos bolsonaristas envolvidos nas depredações. Na terça-feira (7), a quinta fase da chamada Operação Lesa Pátria da Polícia Federal prendeu quatro oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).

Entre eles o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do departamento operacional, por suspeita de omissão no planejamento da segurança no 8 de janeiro, apesar de todos os sinais de que havia a possibilidade de novos atos de terrorismo em Brasília. Ao todo, por enquanto 965 pessoas estão presas e 653 foram denunciadas pela PGR.

E Bolsonaro?

Outro foco de investigação da PF e da Justiça é com relação à cada vez mais evidente participação de Bolsonaro no atentado à democracia. O ex-presidente foi incluído pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, no inquérito que apura atos antidemocráticos depois de postar um vídeo em suas redes sociais questionando novamente o resultado da eleição.

A publicação foi divulgada dois dias depois da invasão em Brasília. Bolsonaro apagou o post logo em seguida, mas o pouco tempo em que ficou no ar foi suficiente para que o vídeo começasse a ser replicado por outros perfis bolsonaristas, que convocavam novos atos antidemocráticos.

Pesa também contra o ex-mandatário a relação próxima com seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, onde a PF encontrou em sua casa a minuta de um projeto de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Lula.

Por sua vez, Lula já declarou abertamente não ter dúvidas de Bolsonaro é responsável direto pelos atos de terrorismo em Brasília, já que durante seu governo, por diversas vezes, estimulou ataques ao STF e ao Congresso.

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