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‘Mulheres pelos animais’ protestam contra os zoológicos em frente ao Quinzinho

Objetivo da ação é conscientizar os visitantes sobre o sofrimento dos animais que vivem em zoológicos

Fábio Jammal Makhoul (Portal Porque)

Ativistas se surpreendem com a reação do público durante o ato: muito receptivos. Mas alguns comerciantes reagiram mal. Foto: Mulheres pelos Animais

O coletivo Mulheres pelos Animais realizou neste domingo (29) uma ação em frente ao Parque e Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a situação dos animais que vivem em zoológico. Durante o ato, as ativistas conversaram com os visitantes sobre o significado de zoológico hoje em dia: uma prisão com presos inocentes, conforme dizia a faixa que o grupo empunhava na porta do Quinzinho.

A reação das pessoas que entravam no zoológico, segundo a ativista Jussara Fernandes, que integra o coletivo, foi surpreendente. “As pessoas foram muito receptivas, muita gente parou para nos ouvir. A gente imaginava que, ao abordar as pessoas que entravam no Quinzinho para criticar os zoológicos, poderíamos sofrer algum tipo de hostilidade, mas a reação foi positiva. Nossa ação de conscientização foi um sucesso. Acredito que quem entrou no zoológico viu os animais de outra forma”, analisa Jussara.

Embora a reação da população tenha sido positiva, as ativistas do coletivo Mulheres pelos Animais tiveram problemas com alguns vendedores ambulantes que atuam no local. Segundo Jussara, assim que o grupo abriu a faixa que dizia que os zoológicos são prisão de inocentes, alguns ambulantes foram pra cima delas, na tentativa de intimidar o grupo.

“Eles vieram nos ameaçar, falavam que a gente estava procurando treta, confusão. Diante da situação, chamamos uns policiais militares que estavam no local, contamos o ocorrido, explicamos a nossa ação e registramos um Boletim de Ocorrência pela ameaça. Eles [os ambulantes] ficaram intimidados e não nos ameaçaram mais. No entanto, tentavam nos provocar durante a nossa ação, gritando o nome do prefeito Rodrigo Manga e do vereador Vitão do Cachorrão, que trabalharam pela manutenção do elefante Sandro no zoológico de Sorocaba, impedindo sua transferência para um santuário”, relata Jussara.

A ativista ressalta que os zoológicos são um modelo ultrapassado, que não cabe mais nos dias de hoje. No panfleto que o grupo distribuiu ao público, elas explicam que um “dia de diversão para você no zoológico significa uma vida de aprisionamento para eles [animais]”.

“A Prefeitura de Sorocaba e os governantes que defendem os zoológicos alegam que se trata de um local de preservação das espécies, de educação ambiental, mas tudo isso pode ser feito de outra maneira. Conversamos sobre isso com a população e acredito que atingimos o objetivo de plantar a semente da conscientização nas pessoas. Se nosso coletivo tivesse estrutura, faríamos esta ação de conscientização na porta do ‘Quinzinho’ em todos os finais de semana”, destaca Jussara.

Mulheres pelos animais

O Coletivo Feminista Antiespecista Mulheres pelos Animais surgiu no fim do ano passado da idealização de um grupo de mulheres veganas e feministas que resolveram levar às ruas a reflexão a respeito do sofrimento que vivem as fêmeas não humanas e seus filhos na indústria de exploração animal.

“Aliando uma orientação feminista à causa animal, nosso objetivo é chamar a atenção especialmente das mulheres sobre as semelhanças que existem entre a opressão feminina na sociedade patriarcal e a exploração sexual e reprodutiva dos animais não humanos, sobretudo das fêmeas não humanas na pecuária de corte e leiteira, na avicultura, suinocultura, da produção de filhotes de raça, da experimentação animal e outras com base nos estudos feministas antiespecistas de Carol J. Adams e sua Política Sexual da Carne”, explica o grupo.

A primeira ação do grupo foi realizada na semana do Natal, quando as ativistas ocuparam as ruas do centro de Sorocaba para conscientizar a população sobre o consumo de carne nas festas de fim de ano (leia mais). Para conhecer mais sobre o coletivo “Mulheres pelos Animais”, acesse a página do grupo no Instagram (clique aqui).

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