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‘Primeiro vem a pessoa, depois a deficiência’, afirma ativista PcD em entrevista

Fundadora do projeto social Ampara, Gabriela Pereira foi a convidada da edição do “Porque Sem Filtro” desta quinta-feira, 22 de novembro

Carol Fernandes (Portal Porque)

A deficiência é apenas uma característica e jamais deve ser vista antes da pessoa. É dessa maneira que a ativista e fundadora do projeto social Ampara, Gabriela Pereira, se posiciona sobre sua trajetória. “Eu sou a mãe do Beny. Eu não sou mãe só da síndrome de Down que ele tem, ou só da surdez que ele tem. Eu não sou só autista, eu não sou só negra”, afirmou Gabriela nesta quinta-feira (22), durante entrevista ao Porque Sem Filtro (veja abaixo).

Na edição do programa, Gabriela relembrou sua trajetória na luta pelos direitos da pessoa com deficiência, que iniciou em 2015 após o nascimento de seu filho, Benyamin Luiz, uma criança negra com deficiência múltipla – trissomia do 21, surdez e autismo. A partir da experiência pessoal, a fundadora do projeto Ampara passou a fazer estudos sobre a diversidade humana e a interseccionalidade, tornando-se ativista dos Direitos Humanos.

“Faz pouco tempo, em 2019, que foi colocado o termo ‘pessoa com deficiência’. Porque era portador, especial, escolhido por Deus, ‘doentinho’… Tinha que ficar trancado dentro de casa, tinha que ser só aparelhado por instituição. E aí eu trago essa visão de que os nossos filhos não têm que ficar dentro de uma instituição pelo resto da vida. Você tem que colocar ele dentro da sociedade, você tem que exigir as políticas públicas para que quando aquela criança sair da instituição, que ela consiga viver em sociedade”, disse.

Gabriela também comentou a experiência de ter sido diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) aos 35 anos de idade, no início de 2022. A entrevistada abordou, ainda, as dificuldades enfrentadas pelas famílias atípicas da periferia em Sorocaba.

“As pessoas pobres, de periferia e favela, elas não têm tempo para aprender letramento racial, elas não têm tempo para acompanhar uma Câmara dos Vereadores, para saber o que está sendo pautado. Essas pessoas acordam às quatro da manhã, chegam muitas vezes tarde da noite, para colocar o pão dentro de casa para a criança comer”, afirmou Gabriela, que é moradora do Residencial Carandá, considerado um dos maiores condomínios de apartamentos populares da Região Metropolitana de Sorocaba.

Confira a íntegra da entrevista (a partir de 6min28s):

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