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Comunidades terapêuticas são a ‘nova face’ dos manicômios, afirma psicólogo

Diretor-executivo do Desinstitute e diretor do curta-metragem de ficção “40 dias no deserto” foram convidados da edição desta terça-feira, 20 de dezembro

Carol Fernandes (Portal Porque)

Lúcio Costa (à esq.) e Mauro Baptistella foram os entrevistados de Carol Fernandes na edição desta terça-feira, 20, do webjornal. Foto: reprodução YouTube

O manicômio vai se reinventando. Ele vai ‘ganhando novas roupas’, vai passando ‘um novo perfume’. Vai ganhando novos nomes.” É dessa maneira que o psicólogo e diretor-executivo da ong Desinstitute, Lúcio Costa, definiu as comunidades terapêuticas, em entrevista ao webjornal Porque Sem Filtro desta terça-feira, 20.

Para Lúcio, as comunidades terapêuticas “representam a nova face dos manicômios”, já que partem de pressupostos “muito parecidos”, dos quais o principal é a segregação.

O programa Porque Sem Filtro, transmitido ao vivo pelo Facebook e YouTube do PORQUE, contou com a presença de Lúcio e do cineasta Mauro Baptistella, diretor do curta-metragem de ficção “40 dias no deserto”, lançado no último final de semana (saiba mais aqui), que tem as comunidades terapêuticas como tema central.

Durante o bate-papo, os entrevistados contaram um pouco de suas trajetórias profissionais e falaram, também, sobre a importância de dar visibilidade à problemática em torno dos “tratamentos” oferecidos pelas comunidades terapêuticas.

Lucio, que participou de inspeções nessas comunidades em diferentes locais do Brasil, traçou um perfil desses espaços destinados ao tratamento de dependentes químicos, além das diferenças e semelhanças em relação às clínicas. O diretor-executivo do Desinstitute (organização da sociedade civil sem fins lucrativos) falou, ainda, sobre como famílias e pacientes podem denunciar casos de violência e abusos, e analisou o crescimento e incentivo às comunidades terapêuticas na região de Sorocaba.

Já o diretor de “40 dias no deserto” relembrou quando foi seu primeiro contato com o tema e como surgiu a vontade em falar sobre comunidades terapêuticas no curta-metragem de fiçção. Mauro Baptistella falou, também, sobre a recepção do público que assistiu às exibições — duas no sábado (17) e uma nesta segunda-feira (19), e quais são os planos para 2023.

Eu, como uma pessoa do cinema, comecei a procurar produtos audiovisuais [sobre comunidades terapêuticas], e encontrei mais matérias jornalísticas. E não encontrei muitos materiais de cinema, muitos materiais audiovisuais criados por cineastas, por exemplo. E aí eu falei: ‘nossa, mas é um assunto tão importante, tão necessário para o Brasil de hoje’. E nós ainda estamos num governo totalmente contrário à discussões pró-saúde mental como saúde pública”, disse Mauro.

Confira a íntegra da entrevista (a partir de 7min10s):

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