O atropelamento de um cachorro na rodovia João Leme dos Santos, altura do km 110 (proximidades da UFSCar), colocou em dúvida a eficiência do chamado “Samu Animal” (ou Resgate Patrulha Animal) – serviço cuja criação foi anunciada festivamente no final de 2021 pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos).
O cachorro foi atropelado na manhã de domingo, 19, e chamou a atenção de uma senhora que passava pelo local. Uma viatura do DER parou, mas a equipe se recusou a prestar socorro. Já o atendimento do Samu Animal, acionado pelo telefone 153, alegou que aquela área seria jurisdição do DER e que o resgate não poderia ser feito “fora do perímetro urbano” de Sorocaba, em finais de semana.

Foram mais de três horas de sofrimento, até que a equipe do DER decidisse socorrer o animal ferido. (Foto: Cortesia)
Essa restrição não consta na divulgação do serviço, publicada no portal da Prefeitura em 20 de janeiro deste ano. A unidade móvel, informa o texto, “é voltada ao atendimento gratuito de cães e gatos de rua em situação de alto risco, como, por exemplo, envolvidos em atropelamentos”. Mais adiante, a Prefeitura informa: “O serviço pode ser acionado todos os dias, inclusive fim de semana e feriados, pelo telefone: 153, da Guarda Civil Municipal (GCM).” Não há qualquer referência a restrições quanto ao perímetro urbano (leia aqui).
Diante do empurra-empurra entre DER e Samu Animal, o cachorro ficou ferido no acostamento da rodovia por mais de três horas, até que uma ciclista, depois de apelar para que a equipe do DER fizesse o transporte (ela inclusive se dispôs a pagar todos os custos), ameaçou chamar uma emissora de TV local. A equipe do DER, então, segundo o relato das mulheres, socorreu o cachorro.
Enquanto a ciclista tentava obter ajuda, uma amiga acionada por ela entrava em contato com uma assessora do prefeito Rodrigo Manga, por telefone. Depois do telefonema em tom de cobrança, um atendente do Samu Animal retornou a ligação, para dizer que uma equipe seria enviada. Isso, porém, mais de uma hora depois da remoção do cão ferido.
“Na verdade, eles dizem que existe o serviço, mas não têm estrutura para atender. Então ocorrem problemas como esse, que não é o primeiro”, disse a ativista, que pretende abrir uma reclamação na Prefeitura.
O PORQUE questionou a Secretaria de Comunicação (Secom) para saber se existe alguma restrição ao socorro de animais em rodovias que cortam o território de Sorocaba ou em dias de semana. Até o momento desta publicação, não houve resposta.