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ARTIGO: Nem tudo é terra arrasada, mas chegou a hora de mudarmos a nossa seleção

A CBF deveria ousar e pensar, já para a Copa do Mundo de 2026, em ter à frente da equipe um treinador estrangeiro

Rivail Oliveira (Portal Porque)*

Modric protege a bola ao receber marcação de Vinicius Júnior: fim do sonho brasileiro. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Apesar do clima de terra arrasada, normalmente após uma eliminação de Copa do Mundo, entendo que o momento deve ser de equilíbrio. Digo isso pois considero que nem tudo o que a seleção brasileira fez no Catar foi ruim. Houve falhas, erros? Sim, como em todo processo complexo que envolve uma participação no Mundial. No entanto, há uma certeza nesse momento: é preciso começar a reconstruir, desde já, esse símbolo chamado seleção. E do zero!

O torcedor brasileiro está cansado de apoiar, sofrer e ver seu time ficar no meio do caminho na principal competição do futebol mundial. Ótimos números na temporada, liderança no ranking da Fifa, mas na hora do “vamos ver”, nova decepção.

A geração atual que jogou no Catar é ruim? Claro que não! Não estamos citando o veterano Daniel Alves, mas é incontestável a qualidade de jogadores como Antony, Pedro, Martinelli (que poderia perfeitamente ter entrado contra os croatas), Richarlison, Raphinha, Rodrygo, Vini Jr, Bruno Guimarães, entre outros. Sem contar o craque Casemiro e outros valores que podem ser reaproveitados na Copa de 2026, no Canadá, México e Estados Unidos.

E quanto a Neymar? O craque mostrou o que todos estão carecas de saber: quando está ruim, ele resolve! Fez um baita gol e ainda arriscou alguns lances. Ele é um diferencial dentro de campo. Agora, se vai estar disposto a jogar em 2026, com 34 anos, é uma incógnita. Se estiver, pode ser muito importante na Copa da América do Norte.

E o treinador? Encerrou-se neste sábado (9 de dezembro) o ciclo de Tite no comando da seleção. Fez grandes números, mas, em termos de Copa do Mundo, foram duas eliminações duras. O futebol costuma ser ingrato com alguns grandes personagens. Telê Santana foi considerado um dos melhores treinadores da história do Brasil e nem assim escapou do estigma de ter sido eliminado – da forma mais sofrida possível – com seus times jogando muita bola nas Copas de 1982 (Espanha) e 1986 (México).

Mas o que vem agora? Ou quem vem? Fala-se em Dorival Júnior. Com todo o respeito ao bom treinador, esse seria o momento? Gostaria de deixar claro, antes de seguir ponderando, que Dorival é muito competente e vem buscando se especializar, se modernizar e melhorar dia a dia. Não deve nada aos europeus como profissional de futebol. Temos treinadores brasileiros mais e menos preparados, como temos europeus também.

Porém, não é esse o ponto central (comparar estilos ou trabalho de treinadores dos dois lados), mas sim que a seleção brasileira precisa, no momento atual, de uma chacoalhada, uma mexida, uma mudança radical de estilos. Dentro dessa linha de pensamento, por que não a CBF ousar e trazer um treinador da primeira linha do futebol mundial para a Copa de 2026? Abel Ferreira no Palmeiras, Vovojda no Fortaleza, entre outros, vêm fazendo bons trabalhos.

Enfim, o fato é que a instituição seleção brasileira precisa ser repaginada para a próxima Copa de 2026. O Brasil completará 24 anos sem títulos. É muito tempo de jejum para um futebol tão rico em talentos e com um torcedor apaixonado que merece ser respeitado e – de novo – voltar a sorrir e vibrar com um título numa Copa do Mundo.

* Rivail Oliveira é jornalista especializado na crônica esportiva e colaborador do Portal Porque

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