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Promotor Farto Neto desiste da candidatura de deputado após Gilmar Mendes cassar sua licença remunerada

Redação Porque

Um dia depois de ter sua licença remunerada ilegal cassada pelo ministro Gilmar Mendes, o promotor de Justiça Antônio Domingues Farto Neto desistiu da sua candidatura a deputado estadual. No início da noite de ontem, Farto Neto disparou mensagens para sua lista de transmissão no WhatsApp, anunciando a retirada da sua candidatura.

O PORQUE teve acesso à mensagem, em que o Farto Neto diz que retorna ao seu trabalho na Promotoria de Justiça de Sorocaba a partir desta segunda, dia 11. “Apesar de triste, fico muito honrado com cada abraço, cada aperto de mão, cada olhar e as mais variadas manifestações de apoio que recebi nesses dias de pré-candidatura”, diz ele na mensagem.

No início da noite de ontem, Farto Neto disparou mensagens para sua lista de transmissão no WhatsApp, anunciando a retirada da sua candidatura. (Foto: Câmara de Sorocaba)

Desde o início de abril, Farto Neto está de licença remunerada do Ministério Público para organizar sua campanha eleitoral. Neste período, o promotor conseguiu manter os seus rendimentos de cerca de R$ 50 mil mensais. A Constituição Federal proíbe que membros do Ministério Público participem da vida político-partidária, mas Farto Neto, beneficiado por decisão do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, conseguiu driblar a lei e, além de não pedir exoneração como manda a Constituição, ainda conseguiu manter seu salário.

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia questionou a ilegalidade no Supremo Tribunal Federal e, agora, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a licença remunerada do então pré-candidato pelo PSC (leia mais aqui).

Na decisão, Gilmar Mendes destacou que o STF já decidiu pela “absoluta proibição de qualquer forma de atividade político partidária, inclusive filiação a partidos políticos, a membros do Ministério Público que ingressaram na instituição após o regime jurídico instaurado pela Constituição Federal de 1988”. De acordo com o ministro, mesmo pedindo licença, membros do Ministério Público não podem concorrer às eleições.

Segundo o portal da Transparência do Ministério Público do Estado de São Paulo, em maio (último mês informado), os rendimentos brutos de Farto Neto foram de R$ 49.342,74.
“Saio dessa experiência renovado e orgulhoso de ter tido a firme disposição para trabalhar com dignidade pelo ideal da democracia”, disse Farto Neto na mensagem enviada ontem pelo WhatsApp. “Agradeço de coração ao Deputado Federal Guiga Peixoto e ao PSC – Partido Social Cristão pela oportunidade de ter sido indicado para exercer plenamente um dos direitos humanos mais fundamentais: participar das eleições numa democracia”, completou.

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