A semana começa com mais um escândalo para ser esclarecido: a informação de que o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), viajou à França no jatinho de um advogado que defende causas no tribunal – favorecimento que, se confirmado, pode ser interpretado como uma violação dos princípios mais elementares da Justiça.
A denúncia foi feita com exclusividade pelo colunista Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, e foi rebatida por Nunes Marques em nota lacônica, já que o ministro não nega objetivamente que fez a viagem e que utilizou o jatinho do advogado Vinícius Gonçalves.
“Vinícius Gonçalves, citado pela reportagem, não pagou qualquer despesa do ministro. O advogado também nunca pôs avião à disposição do ministro. Nunca tiveram contato anterior à viagem, nem pessoal, nem telefônico”, diz a nota divulgada por Nunes Marques.
O Metrópoles manteve as informações, com detalhes como os dias, horários e locais do embarque e desembarque do ministro.
Segundo o colunista Rodrigo Rangel, foi o advogado quem colocou a aeronave – um Citation X, de prefixo PR-XXI – à disposição do ministro, para uma viagem “bate-volta” em que Nunes Marques teria levado um de seus filhos para assistir à final da Champions League, jogos do torneio de tênis de Roland Garros e o GP de Mônaco de Fórmula 1, na quinta-feira, 26 de maio, com retorno na madrugada do dia 31.
Ainda conforme o Metrópoles, “Vinícius Gonçalves atua em processos em curso no STF e já foi denunciado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.”
O piauiense Kassio Nunes Marques, ex-desembargador do Tribunal Regional Federal da 1.a Região, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para a vaga no STF em setembro de 2020.
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