Apesar de toda convocação feita pela extrema-direita, a participação no ato golpista desta terça, 15, em frente à Base do Exército em Sorocaba, foi menor que nas manifestações da semana passada. Os organizadores esperavam milhares de pessoas no ato programado para o feriado da Proclamação da República, mas, segundo levantamento do PORQUE, a manifestação criminosa não reuniu mais que setecentos golpistas ao longo do dia.
Ainda assim, os bolsonaristas inconformados com a democracia permanecem em Santa Rosália, clamando por um golpe militar que impeça a posse do presidente Lula, eleito pela maioria dos brasileiros.
Além de desafiar a democracia e as leis, os golpistas de verde e amarelo seguem criando problemas para quem mora ou trabalha nos arredores do prédio militar de Santa Rosália. Com carros estacionados em cima do canteiro central e ruas fechadas, os golpistas seguem tendo o apoio criminoso de autoridades locais, que fecham os olhos para todas as irregularidades cometidas pelas vivandeiras do quartel de Santa Rosália, que prometem continuar no local por prazo indefinido.
O termo vivandeiras de quartel, aliás, voltou à moda, com os bolsonaristas inconformados. A expressão foi cunhada pelo marechal Castelo Branco, principal líder militar do Golpe de 1964, para designar os civis que batiam às portas dos quartéis pedindo a instauração da ditadura e a deposição de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart.
“Eu os identifico a todos. E são, muitos deles, os mesmos que desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bulir com os granadeiros e provocar extravagâncias do poder militar”, dizia Castelo Branco há sessenta anos, durante uma parte da história que agora se repete como farsa.