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MP recebe mais uma denúncia contra acampamento golpista de Santa Rosália

Representação protocolada no Ministério Público pela vereadora Iara Bernardi tem como base as denúncias de alunos, professores e funcionários da escola Prof. Júlio Bierrenbach, que fica próxima às manifestações golpistas

Maíra Fernandes (Portal Porque)

Os golpistas acampam desde o dia 2 de novembro nas imediações da avenida Roberto Simonsen, local em que instalaram barracas, banheiros químicos, praça de alimentação e caixas de som. Foto: Maíra Fernandes/Porque

O Ministério Público de São Paulo recebeu mais uma representação contra os atos antidemocráticos que ocorrem há nove dias em frente à base do Exército em Santa Rosália. Desta vez, as denúncias estão focadas nos problemas que o acampamento golpista está causando para alunos, professores e funcionários da escola estadual Professor Júlio Bierrenbach, conforme noticiado pelo PORQUE na semana passada (leia aqui).

As denúncias foram feitas ao MP nesta sexta, dia 11, pela vereadora Iara Bernardi (PT). No documento, a parlamentar pede que o Ministério Público interceda para que a Prefeitura de Sorocaba e o Governo do Estado garantam a imediata desobstrução de todas as vias públicas que estão sendo bloqueadas pelo acampamento dos golpistas, que pedem a intervenção dos militares para destituir o resultado do pleito que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) democraticamente.

Na última quarta-feira, 9, quando o acampamento de Santa Rosália completou uma semana, os Ministérios Públicos Estadual e Federal receberam representação protocolada pelo advogado e ex-deputado estadual Raul Marcelo (Psol), para investigar e punir os organizadores do ato contra a democracia (leia aqui).

Os golpistas acampam desde o dia 2 de novembro nas imediações da avenida Roberto Simonsen, local em que instalaram barracas, banheiros químicos, praça de alimentação e caixas de som, sem nenhuma interferência das autoridades para que a situação seja revertida.

Caos na escola

De acordo com o documento protocolado pela vereadora Iara Bernardi, pais de alunos, professores e outros profissionais da escola Bierrenbach estão sofrendo ameaças por parte dos golpistas que se instalaram no bairro. “Segundo as denúncias, esses grupos têm sido abordados por não aderirem às manifestações antidemocráticas. Queixam-se também do barulho excessivo que atrapalha as aulas, interrupção do transporte coletivo no entorno obrigando alunos a se distanciarem da escola para poderem ter acesso aos ônibus”, contou a vereadora.

Em entrevista ao PORQUE, o estudante e presidente do grêmio estudantil da escola, João Bertoletti, conta que está difícil ouvir o conteúdo das aulas e acessar ou sair do prédio. “Continuam obstruindo as ruas, continuam tumultuando, com muitas barracas, carros… Isso atrapalha completamente nosso trânsito e tem estudante com medo de passar ali”, falou ele.

O estudante destaca que quarta-feira, 9, quando saiu o relatório do Ministério da Defesa comprovando que não houve fraudes nas eleições, foi o pior dia. “Foi horrível! Tinha muito caminhão do lado de fora buzinando intensamente, clamando por fraude nas urnas e intervenção, muita gritaria e soltaram fogos e rojão ao lado da escola, deixando todo mundo com medo e atrapalhando a aula dos professores”, relatou Bertoletti.

Como explicou, ainda hoje os alunos têm medo de passar perto, e o barulho vai aumentando no começo da noite, quando chegam mais manifestantes golpistas. “Muitos alunos vierem reclamar comigo e outros integrantes do grêmio por estar muito difícil a situação, pelo barulho e medo”.

Raphaella Gorroy, de 17 anos, também estudante do Bierrenbach, reclamou que a presença dos bolsonaristas no bairro afeta não apenas os estudantes, mas todos que vivem nas imediações, principalmente por conta do barulho e tumulto. “Estamos em final de bimestre e final de ano letivo, o que por si já é estressante. Com a situação isto se agrava, pois existe uma grande poluição sonora por conta dos fogos, rojão, gritos, etc. Além de afetar os moradores, animais de estimação também sofrem com as consequências na região”, contou, lembrando que as vans que transportam alunos não estão conseguindo estacionar, pois as vagas que utilizam estão sempre ocupadas pelos golpistas.

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