A Prefeitura de Sorocaba confirmou ao PORQUE a aquisição de um prédio no valor de R$ 29,8 milhões para ser a sede da Secretaria Municipal da Educação. O imóvel fica na rua Romeu do Nascimento, 247, no bairro Portal da Colina (região do Campolim), um dos bairros mais caros da cidade.
O PORQUE ouviu corretoras de imóveis que afirmam que, para comercialização, o metro quadrado nessa região chega a R$ 7 mil, enquanto em bairros da região central e Alto da Boa Vista variam entre R$ 3.500 e R$ 4.500.
Conforme respostas obtidas por meio da Lei de Acesso à informação, o valor já foi pago para a AFF Empreendimentos Imobiliários e Participações Ltda.
Na resposta ao questionamento, a Prefeitura afirma que a sede fica no bairro da Água Vermelha, o que não condiz com o endereço que ela mesma informou.
O prédio será sede da Secretaria de Educação e ainda passa por reforma. A aquisição não foi aprovada pelo Conselho de Educação. (Foto: Fernanda Ikedo)
O imóvel foi adquirido em 2 de dezembro de 2021, mas ainda passa por reformas.
“A compra se deu para abrigar a nova sede da SEDU, pois está localizada no prédio do Centro de Referência em Educação, que não comporta o quantitativo de servidores administrativos da secretaria, bem como a necessidade de devolver a destinação original para o qual o CRE foi inicialmente criado, ou seja, para servir de espaço de excelência para atendimento multidisciplinar de crianças com necessidades especiais e ainda como Centro de Formação”, afirma, em resposta ao requerimento, a Divisão de Administração e Finanças da Prefeitura de Sorocaba.
REPROVAÇÃO
Em abril deste ano, o Conselho Municipal de Educação rejeitou as contas de 2021 da pasta da Educação. Entre os motivos, está a aquisição desse prédio para a Sedu, sem discussão com a sociedade e sem que o assunto tivesse sido submetido antes ao colegiado.
A aquisição de kits de robótica para as escolas municipais, por quase R$ 26 milhões, que é alvo de investigação pelo Ministério Público, também foi um dos itens que apareceram no parecer do conselho.
Na época, o então presidente do colegiado, o professor de Engenharia da Unesp Alexandre Simões, informou que já havia solicitado o processo que tratava da nova sede, mas sem retorno ou transparência por parte da Secretaria Municipal da Educação.
