
Material chegou para alunos no final do ano letivo, depois que vídeo com cobrança bem-humorada de mãe viralizou. Foto: arquivo Secom/PMS
Depois que o vídeo gravado por uma mãe de aluno, ironizando o atraso na entrega do kit de uniforme na escola do filho, no Jardim Botucatu, viralizou nas redes sociais e virou notícia (leia aqui), a Secretaria de Educação (Sedu) enviou os itens para os alunos da escola municipal Edward Frufru Marciano da Silva. A confirmação da mãe e microempreendedora Bruna Antunes da Silva Rodrigues, 30, ocorreu, novamente, em forma de vídeo, nesta quarta-feira, 9.
Em seu novo vídeo, Bruna salienta que está gravando sem a “ironia e o deboche” da última publicação. Depois de agradecer às funcionárias da escola por terem dado informações aos pais e responsáveis sobre os uniformes, e também a uma funcionária da Sedu que a atendeu, a mãe salientou que não tinha ideia de que sua reclamação irônica iria tomar as proporções que tomou. Também não imaginava que iria receber críticas, como a de uma pessoa que defendeu que quem não tem condições de criar filhos não deveria tê-los, ou a que classificou como “dependência” a necessidade dos uniformes, com crítica à postura dos pais que cobram a doação de uniformes escolares pelo governo.
“É um direito do meu filho. O uniforme foi comprado para ele, então eu tenho direito de cobrar sim!”, defendeu a mãe, que apresentou as peças do kit recebido.
No vídeo anterior, divulgado na terça-feira, 8, Bruna ironizava o atraso da entrega do kit de uniforme do filho e, ao mostrar a cama, tecia elogios às roupas que, na verdade, não haviam chegado ainda para Gustavo, de 7 anos. De acordo com ela, a ideia do vídeo não era apenas contestar a falta do kit do filho, mas para cobrar, pois muitos pais ou responsáveis que não haviam recebido os uniformes não tinham, como ela, condições de adquiri-los. “Moro aqui na zona norte e conheço pessoas que não têm condições de comprar o uniforme”, criticou Bruna.
De acordo com Bruna, a maioria dos alunos do 1º. ano da escola ainda não haviam recebido o kit até terça-feira. No entanto, a informação atualizada é de que todos os alunos do 1º. ano, sala que seu filho estuda, receberam os kits nesta quarta-feira.
Na terça-feira, o PORQUE ouviu também a denúncia da desempregada Thais Cristina da Silva Kens , 29, que tem duas filhas estudando na mesma escola: Emily, 10 e Maria Aparecida, 7. A mais velha havia recebido o kit com numeração errada, e repassado para a irmã menor, que estuda na mesma sala que Gustavo e ainda não havia recebido seu uniforme. Como contou Thaís, ela não dispunha de condições para comprar as peças. Então, ao longo do ano, as filhas foram estudar com o que tinham. “Não vou deixar de comer pra comprar uniforme, o uniforme é necessário mas vou esperar, mesmo que eu quisesse eu não teria condições, elas estão indo estudar com as roupas de casa”, protestou a mãe na ocasião.
Nesta quarta-feira ela não foi à escola pois levou as filhas ao pediatra. No entanto, já recebeu informações e fotos de que o kit da filha mais nova chegou e comemorou, apesar da demora.
Desde o início do ano o PORQUE vem acompanhando e relatando histórias de pais e responsáveis que reclamam de atraso na entrega dos prometidos kits, ou ainda erros na numeração das peças que são confeccionadas pela empresa WR Calçados Eirelli, vencedora da licitação milionária e que não vem dando conta de atender a demanda assumida com o município.