
Somente 48 projetos poderão ser analisados, devido à restrição imposta por um dos menores orçamentos da história. Foto: Uwe Baumann/Pixabay
No ano em que a Lei de Incentivo à Cultura (Linc/2022) recebeu uma das suas menores verbas para fomentar projetos culturais em Sorocaba, o total de inscritos também ficou bem abaixo da média dos anos anteriores, que era de cerca de 100 propostas. Neste ano, 59 proponentes inscreveram projetos: 25 para Primeiros Projetos e 34 Projetos Experientes. Mesmo sendo baixo o número de inscritos, 11 desses projetos sequer serão avaliados pelos peritos, já que a verba disponível é suficiente para avaliar apenas 48 desse total, seguindo, como regra, os primeiros inscritos. O edital ficou aberto do dia 3 de outubro a 1º. de novembro.
Uma das explicações para a baixa procura pode estar relacionada à própria limitação de 48 primeiros projetos inscritos. No decorrer do processo, o PORQUE conversou com artistas e produtores que estavam indecisos se submeteriam projetos ou não, por não terem acesso aos números dos projetos já inscritos. Para eles, correr contra o tempo para resolver trâmites burocráticos e escrever um projeto que corria o risco de não ser avaliado poderia ser perda de tempo.
De acordo com Anne Oliveira, do Fórum Permanente de Políticas Públicas de Sorocaba (Fopecs), os artistas estavam sem referência por não saber o total de inscritos, e alguns já manifestavam, na semana passada, desejo de desistir da concorrência, por acreditarem que a corrida atrás de documentação poderia ser em vão. “Sem essa informação, não conseguimos planejar nada”, criticou.
O artista e proponente Bruno Leonardo foi uma das pessoas que protocolou o projeto, mesmo sem saber se será ou não avaliado. Por conta do horário apertado com os compromissos ao longo dos dias, só conseguiu protocolar a inscrição no último dia. A percepção, afirma, é como se tivesse dado “um tiro no pé”. “Ficou muito complicado isso de ser poucas inscrições”, falou, lembrando que, muitas vezes, esse tempo desviado para a feitura do projeto é um investimento que pode não ter retorno, o que não é uma situação confortável para os artistas.
Até a divulgação desta matéria a Secretaria de Cultura (Secult) não havia se manifestado oficialmente com uma avaliação sobre esse primeiro processo do certame e possível data para divulgação dos deferidos e indeferidos.
Nos últimos anos do edital antes da pandemia, o número de inscritos foi de 101 projetos em 2018 e 83 em 2019. Ou seja, neste ano, houve uma redução de cerca de 50% do número de projetos levando-se em conta a média histórica.